O setor de transporte marítimo é responsável por 90% do comércio global, e suas emissões de gases de efeito estufa correspondem a quase 3% do total mundial. Para atender à demanda de conversão limpa dos cargueiros de longo curso, pesquisadores propuseram duas soluções de eletrificação naval: sistemas de baterias embarcadas e um modelo baseado em navios-bateria dedicados, oferecendo novos caminhos tecnológicos para a redução de emissões no setor.

Estudos sobre a eletrificação naval mostram que sistemas de propulsão por bateria podem operar em conjunto com combustíveis tradicionais. A primeira solução utiliza conjuntos fixos de baterias instaladas no próprio navio, que são recarregadas por meio da infraestrutura portuária; a segunda solução prevê que navios-bateria dedicados forneçam energia a porta-contêineres durante a navegação. As análises indicam que a opção com navios de armazenamento de energia offshore apresenta maior viabilidade econômica e permite uma modernização gradual.

Modelos de estudo estimam que a rota entre a China e o norte da Europa exigiria a operação de 33 navios movidos a bateria. Os pesquisadores destacam: “A solução com navios-bateria offshore é mais promissora, pois oferece uma abordagem progressiva e maior flexibilidade.” Essa proposta de eletrificação naval pode ser implementada prioritariamente em regiões com ampla disponibilidade de energia renovável ou em trechos de navegação mais curtos, e pode apresentar vantagens econômicas quando combinada a políticas de taxação de carbono.

Comparados aos navios movidos a combustíveis tradicionais, os sistemas de propulsão elétrica podem aumentar a velocidade de navegação em até 50%. Embora os porta-contêineres já comecem a ser equipados com conexões elétricas para uso em porto, a eletrificação completa ainda exige modificações no sistema de propulsão. Com a contínua redução dos custos das baterias, a viabilidade econômica da eletrificação naval tende a crescer, oferecendo suporte às metas de redução de emissões do setor marítimo.