A equipe de pesquisa da Harvard Medical School apresentou, na reunião anual da Radiological Society of North America, um modelo de inteligência artificial para previsão de risco de câncer de mama. Essa tecnologia consegue prever o risco de desenvolver a doença nos próximos cinco anos a partir da análise de imagens de mamografia. A ferramenta de previsão de risco baseada em inteligência artificial foi treinada com 420.000 exames de mamografia, utilizando redes neurais convolucionais profundas para identificar características de risco nos tecidos.

O professor Constance Lehman, líder do estudo, afirmou: “O modelo é capaz de detectar alterações no tecido mamário que não são visíveis a olho nu. Isso é independente da detecção e diagnóstico tradicionais, aproveitando o poder da inteligência artificial e informações ainda não exploradas nas imagens.” Os dados dos testes mostram que mulheres no grupo de alto risco apresentaram incidência de câncer 4,5 vezes maior do que o grupo de risco médio, superando significativamente os métodos tradicionais de avaliação da densidade mamária.

O modelo de previsão de risco de câncer de mama baseado em inteligência artificial classifica os riscos em três níveis, de acordo com os padrões do National Comprehensive Cancer Network dos EUA. A primeira autora, Dra. Christiane Kuhl, comentou: “O modelo de risco por IA fornece estratificação mais forte e precisa para previsão de câncer em cinco anos do que a avaliação isolada da densidade mamária.” Atualmente, 32 estados dos EUA já possuem legislação exigindo que as mulheres sejam informadas sobre a densidade mamária, mas esse indicador tem utilidade limitada na avaliação de risco.

Com o aumento da demanda por rastreamento precoce, essa tecnologia de previsão de risco por inteligência artificial pode fornecer uma ferramenta de avaliação mais precisa para mulheres com menos de 40 anos. A professora Lehman acrescentou: “No futuro, realizar uma mamografia de base aos 30 anos pode permitir que mulheres com pontuação de risco elevada nas imagens ingressem em programas de rastreamento mais precoces e eficazes.” O estudo oferece novo suporte tecnológico para a prevenção personalizada do câncer de mama.