A Eletronuclear, operadora nuclear do Brasil, anunciou recentemente uma série de medidas de economia de custos, visando otimizar seu modelo de governança e garantir o avanço de projetos estratégicos, como a Usina Nuclear Angra 3. A usina está programada para entrar em operação em 2031, com cerca de 65% das obras já concluídas.
Atualmente, o Brasil possui dois reatores nucleares em funcionamento – Angra 1 e Angra 2 –, que fornecem aproximadamente 3% da eletricidade do país. O projeto de Angra 3 foi iniciado em 1984, utilizando tecnologia de reator de água pressurizada (PWR) Siemens/KWU de 1405 MW, mas foi suspenso dois anos depois. O projeto foi retomado em 2006, com o primeiro concreto sendo derramado em 2010. No entanto, devido a investigações de corrupção em contratos governamentais, a construção foi novamente interrompida em 2015, quando o progresso das obras atingiu 65%.
Em novembro de 2022, o projeto de Angra 3 foi retomado, com previsão inicial de entrar em operação até o final de 2026. Contudo, devido a disputas com a prefeitura de Angra dos Reis sobre pagamentos de compensação ambiental e mudanças nas licenças de planejamento, as obras foram paralisadas novamente em abril de 2023. Atualmente, a Eletronuclear aguarda a decisão final do governo sobre a continuidade do projeto.
A Eletronuclear afirma que a Usina Nuclear Angra 3 terá capacidade de atender à demanda de energia de 4,5 milhões de habitantes e gerará cerca de 7.000 empregos diretos no pico da construção, além de um grande número de oportunidades indiretas. Além disso, o projeto já investiu aproximadamente 800 milhões de reais em equipamentos, e combustível nuclear no valor de 500 a 600 milhões de reais foi adquirido, com parte já utilizada no reator de Angra 2.
Para melhorar a eficiência operacional, o conselho de administração da Eletronuclear aprovou um plano de reestruturação no final de janeiro, que entrou em vigor em 1º de abril. O plano reduz os níveis hierárquicos e otimiza processos, diminuindo o número de cargos gerenciais de 116 para 73, com uma economia estimada de 3 milhões de reais por ano. A empresa também afirmou que revisará contratos e otimizará processos para reduzir gastos com materiais e serviços de terceiros, aumentando a viabilidade econômica de projetos como Angra 3.
Raul Lycurgo, presidente da Eletronuclear, declarou: “Esta reestruturação permitirá um modelo de gestão mais enxuto e eficiente, alinhado às melhores práticas do setor, sem comprometer a segurança e a qualidade dos serviços.”
A construção da Usina Nuclear Angra 3 não só é crucial para a matriz energética do Brasil, mas também trará benefícios significativos para a economia local. Com o avanço do projeto, a Eletronuclear continuará explorando mais medidas de economia de custos para garantir a sustentabilidade a longo prazo do empreendimento.









