A Electricité de France (EDF) anunciou recentemente que, devido à queda dos preços da eletricidade e à redução da rentabilidade prevista para 2024, a empresa adiou a decisão final de investimento para a construção de seis novos reatores nucleares. O CEO Luc Remont confirmou, durante a apresentação dos resultados anuais, que, devido a incertezas sobre financiamento e design, a decisão, originalmente prevista para o final de 2025 ou início de 2026, deverá ser adiada para o segundo semestre de 2026. De acordo com a Reuters, essa medida está alinhada com a recomendação do Tribunal de Contas da França, que destaca a necessidade de uma confirmação final após a finalização do design e a garantia de recursos financeiros.
Em 2022, o presidente francês Emmanuel Macron apresentou um plano para a EDF construir seis novos reatores nucleares a fim de atualizar usinas nucleares antigas, com a primeira unidade prevista para começar a construção em 2027. Como maior operador de energia nuclear da Europa, o projeto tem um custo estimado de 67 bilhões de euros. No entanto, a queda nos preços da eletricidade em 2024 prejudicou os resultados da empresa, com o lucro operacional passando de 39,9 bilhões de euros para 36,5 bilhões de euros. Dados de mercado indicam que, devido ao aumento da energia renovável e à redução da demanda de eletricidade, o número de horas com preços de eletricidade abaixo de 10 euros/MWh aumentou quase duas vezes em comparação com 2023. A empresa prevê que os lucros de 2025 possam cair ainda mais, entre 7 e 9 bilhões de euros.
Apesar disso, a dívida líquida da EDF permaneceu estável em 54,3 bilhões de euros em 2024, e o lucro líquido aumentou de 10 bilhões para 11,4 bilhões de euros devido à redução dos custos com a depreciação do projeto Hinkley Point C no Reino Unido. A empresa está atualmente procurando novos investidores para este projeto, após a retirada do parceiro chinês CGN (China General Nuclear). Além disso, devido a mudanças políticas nos Estados Unidos, a EDF registrou uma perda de 900 milhões de euros no projeto de parques eólicos offshore nos EUA, com seu parceiro Shell também reduzindo sua participação.









