No torneio de golfe "Spring Swing" da Permian Basin Petroleum Association, realizado em Odessa, região do oeste do Texas cercada por bombas de petróleo, os líderes da indústria petrolífera não apenas disputaram o jogo, mas também expressaram uma frustração profunda. Isso porque a queda dos preços do petróleo, que está relacionada às políticas comerciais do presidente Donald Trump, tem sido um grande motivo de preocupação.

O setor de petróleo de xisto americano, que ajudou os Estados Unidos a se tornar o maior produtor de petróleo bruto no mundo ao longo dos últimos 15 anos, agora enfrenta sérios desafios, apesar de ter dado apoio à eleição de Trump anteriormente. A guerra comercial e as tarifas anunciadas pelo presidente em 2 de abril acarretaram uma retração no mercado, afetando várias indústrias, mas o impacto foi especialmente sentido no setor de petróleo de xisto.
De acordo com os dados, metade das 20 ações com pior desempenho no S&P 500 desde o anúncio das tarifas são do setor de petróleo, gás e petroquímica. Os preços do petróleo bruto chegaram ao nível mais baixo em quatro anos, com o West Texas Intermediate (WTI) apresentando uma queda de cerca de 23% desde a posse de Trump e ficando agora abaixo de US$ 60 o barril. Segundo uma pesquisa do Banco da Reserva Federal de Dallas, esse valor é considerado insuficiente para que novos poços sejam rentáveis.
Kirk Edwards, ex-presidente da Petroleum Association presente no torneio, resumiu a sensação geral, afirmando: "Não conheço outra indústria que tenha dado mais apoio a Trump do que a indústria de petróleo e gás. As pessoas ficaram chocadas com a rapidez com que ele conseguiu fazer cair o preço do petróleo." Essa inquietação se deve à diferença entre o objetivo de Trump de aumentar a produção de combustíveis fósseis nos Estados Unidos e os efeitos negativos de sua estratégia comercial, que afetou o entusiasmo pela expansão da oferta de petróleo.
A situação se complicou ainda mais quando a OPEC e seus aliados, em resposta ao anúncio das tarifas, prometeram triplicar um aumento planejado da produção que originalmente estava previsto para maio. Além disso, Trump abraçou a queda de preços, afirmando aos repórteres no Gabinete Oval que os preços estariam na faixa de US$ 2,50 o galão ou abaixo, e elogiando os resultados alcançados. No entanto, a gasolina ainda custa mais de US$ 2,50 o galão na maioria dos Estados Unidos, e a ênfase do presidente em reduzir os custos do combustível frustra os executivos do setor petrolífero, que dependem de preços mais altos para manter a rentabilidade.
Alguns líderes sênior do setor petrolífero, que preferiram manter a anonimato, expressaram sentimentos mistos. Eles reconhecem os esforços de Trump para reduzir as regulamentações e abrir terras federais para a perfuração, mas estão decepcionados com a sua pressão para baixar os preços do petróleo, seu produto principal. Uma pesquisa realizada em 26 de março pelo Banco da Reserva Federal de Dallas também mostrou preocupações semelhantes, com um executivo do setor de xisto classificando, de forma anônima, a política de tarifas como "um desastre para os mercados de commodities". As futuras contratações de petróleo bruto dos Estados Unidos voltaram a cair, fechando em US$ 59,58 o barril, a primeira vez abaixo de US$ 60 desde 2021, o que reflete a continuação da pressão no mercado.
Em resumo, a indústria petrolífera americana está passando por um momento difícil, com a queda dos preços do petróleo impactando diretamente sua rentabilidade e gerando muitas preocupações entre os líderes do setor, especialmente em relação às políticas comerciais do presidente Donald Trump.









