A montadora sueca Volvo Cars anunciou nesta terça-feira que irá iniciar a produção de um novo modelo híbrido em sua fábrica na Carolina do Sul, nos Estados Unidos, até o final da década. A medida busca se adaptar às mudanças na política tarifária americana e melhorar a taxa de utilização da capacidade da planta. Os parâmetros específicos do veículo ainda não foram divulgados, mas está definido que será projetado de acordo com a demanda do mercado norte-americano, representando um passo estratégico na expansão da presença de manufatura da Volvo na região.

O CEO da Volvo Cars, Håkan Samuelsson, destacou em entrevista: “A transição completa para veículos elétricos nos Estados Unidos ainda levará tempo. Os híbridos, que oferecem propulsão principalmente elétrica com apoio de motor a combustão, são uma solução mais adequada para as necessidades atuais de transição do mercado.” Essa mudança estratégica complementa o objetivo da empresa, anunciado no ano passado, de eletrificação total até 2030. A Volvo já havia planejado iniciar, no fim de 2026, a produção do SUV médio XC60 nessa mesma fábrica. Atualmente, a planta da Carolina do Sul tem capacidade anual de 150 mil veículos, mas produz apenas dois modelos totalmente elétricos — o SUV EX90 e o Polestar 3 —, apresentando margem para aumentar sua utilização.

Luis Rezende, presidente da Volvo Américas, ressaltou: “A produção do novo modelo liberará de forma significativa o potencial de investimento da indústria local e criará mais empregos.” A decisão coincide com o 70º aniversário da subsidiária americana da Volvo e está intimamente ligada ao ambiente de comércio internacional. Embora Estados Unidos e União Europeia tenham chegado em julho a um acordo preliminar para reduzir tarifas sobre automóveis, os carros europeus ainda enfrentam tarifas de importação de 27,5%, enquanto a redução para 15% nas tarifas aplicadas pelos EUA ainda não entrou em vigor.

Samuelsson destacou, em particular, que a eliminação da tarifa de 10% aplicada pela Europa sobre veículos importados dos EUA aumentará a competitividade do EX90 produzido na América no mercado europeu.