Uma equipe de pesquisa da Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá, descobriu um novo tipo de bactéria metanogênica na Unidade de Biocombustíveis de Surrey, capaz de converter eficientemente resíduos alimentares em gás natural renovável. Essa descoberta abre um novo caminho tecnológico para o aproveitamento eficiente de resíduos orgânicos.

Ao estudar a produção de energia microbiana em um grande local de tratamento de resíduos orgânicos no país, a equipe de pesquisa observou a produção contínua de metano na ausência de microrganismos consumidores tradicionais de ácido acético. "Os métodos tradicionais falharam em identificar os microrganismos responsáveis por essa importante tarefa", disse Ryan Ziels, Professor Associado de Engenharia Civil. Utilizando o perfil de isótopos estáveis de proteínas, os pesquisadores rastrearam com sucesso os principais microrganismos envolvidos na produção de metano.
A Unidade de Biocombustíveis de Surrey processa aproximadamente 115.000 toneladas de resíduos alimentares anualmente, utilizando um sistema de digestão anaeróbica que permite que os microrganismos degradem a matéria orgânica na ausência de oxigênio. Essa bactéria recém-descoberta, membro da família Halochaetaceae, exibiu propriedades metabólicas únicas durante a conversão de resíduos em gás natural renovável na unidade. O professor de Microbiologia Steven Hallam observou: "A conversão de resíduos em metano é um processo colaborativo que envolve a interação de múltiplos microrganismos, e esta nova bactéria é um facilitador fundamental."
O novo metanogênio não apenas produz metano de forma eficiente, como também mantém sua atividade em ambientes com alto teor de nitrogênio amoniacal, onde a maioria dos metanogênios luta para sobreviver. Ziels acrescentou: "As estações de tratamento municipais se beneficiam muito desses organismos. Se o ácido acético se acumular, os tanques precisam ser limpos e o sistema reiniciado, o que aumenta os custos operacionais." Esta descoberta explica como os digestores existentes mantêm sua capacidade de produção sob condições adversas e fornece novos insights para otimizar o projeto de sistemas de digestão anaeróbica.
A equipe de pesquisa planeja aplicar a mesma tecnologia ao estudo de microrganismos que degradam microplásticos marinhos. Ziels acredita que os microrganismos têm um potencial significativo para enfrentar os desafios ambientais, particularmente na gestão de resíduos municipais e na geração de energia limpa. "Na próxima vez que você jogar seus resíduos alimentares na composteira, esses microrganismos já estarão contribuindo para a produção de energia limpa", disse ele.













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