Inspirada no corpo da cigarrinha, uma equipe de pesquisa da Universidade Estadual da Pensilvânia desenvolveu uma nova plataforma de produção de alta velocidade capaz de sintetizar micropartículas ocas e porosas em larga escala, semelhantes a estruturas naturais. Esse avanço pode abrir novos caminhos tecnológicos para áreas como revestimentos ópticos e materiais sensores. As descobertas foram publicadas na revista *ACS Nano*.

O corpo da cigarrinha é uma nanoestrutura complexa formada naturalmente na superfície das larvas, possuindo propriedades antirreflexivas e de absorção de ultravioleta únicas, que proporcionam camuflagem ao inseto. O líder da equipe, Dexing Huang, professor de Engenharia Mecânica e Engenharia Biomédica, afirmou: "A natureza é mestra em nanotecnologia. As cigarrinhas constroem seus corpos não por meio de entalhe ou escultura, mas por meio de auto-organização molecular e fenômenos interfaciais." A equipe se inspirou nesse princípio biológico de auto-organização, utilizando tecnologia de microchips para permitir que gotículas contendo polímeros especiais formem espontaneamente uma estrutura porosa uniforme durante a evaporação, alcançando com sucesso a síntese de partículas biomiméticas em alta velocidade.
O coautor e pesquisador de pós-doutorado Jinlu Cui destacou que a nova plataforma pode produzir aproximadamente 140.000 partículas por segundo, uma melhoria na eficiência que possibilita aplicações em larga escala. Cui Jinlu afirmou: "Como muitas aplicações potenciais — desde superfícies antirreflexo para capas de invisibilidade até catalisadores de alta área superficial e materiais sensores — exigem grandes quantidades de nanopartículas projetadas com precisão, a capacidade de produzir em massa essas estruturas complexas em alta velocidade as aproxima do uso comercial."
As partículas biomiméticas sintetizadas exibem propriedades ópticas semelhantes às dos corpos de cigarrinhas naturais, reduzindo significativamente a reflexão da luz na superfície revestida em diferentes ângulos e comprimentos de onda. O professor Huang Dexing acredita: "Muitas tecnologias dependem do controle preciso da luz. Por exemplo, câmeras e sensores que sofrem com o brilho excessivo, painéis solares cuja eficiência é reduzida devido à reflexão da luz e sistemas ópticos de defesa que exigem materiais antirreflexo confiáveis para alcançar a 'invisibilidade' — todos esses podem se beneficiar de materiais que reduzem significativamente a reflexão."
Além das aplicações ópticas, a natureza oca e porosa dessas partículas biomiméticas também lhes confere valor potencial em energia, catálise e até mesmo biomedicina. Os pesquisadores afirmaram que o próximo passo será ampliar ainda mais a produção dessa plataforma e explorar seu potencial de aplicação em cenários tecnológicos específicos.














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