Pesquisadores do Instituto Federal Suíço de Ciência e Tecnologia de Materiais estão trabalhando para aprimorar materiais compósitos multicamadas para satélites e eletrônica flexível. Esses materiais geralmente consistem em múltiplos filmes de polímero revestidos com camadas de metal e são comumente usados na indústria aeroespacial como camadas superisolantes para proteger equipamentos eletrônicos, bem como em aplicações como cobertores térmicos na Terra.

Barbara Putz, pesquisadora do Laboratório Empa de Mecânica de Materiais e Nanoestruturas, destaca: “Para satélites em órbita baixa da Terra, a diferença de temperatura entre os lados iluminado e sombreado é de cerca de 200 graus Celsius. Diferenças de temperatura semelhantes ocorrem quando o satélite entra ou sai da sombra da Terra e retorna ao lado iluminado — isso acontece cerca de 16 vezes por dia. No entanto, os equipamentos eletrônicos funcionam melhor em temperatura ambiente.” Como o material fica diretamente exposto ao espaço, ele precisa suportar ambientes extremos.
Pesquisadores do Instituto Federal Suíço de Ciência e Tecnologia de Materiais estão trabalhando para aprimorar materiais compósitos multicamadas para satélites e eletrônicos flexíveis. A equipe de pesquisa concentrou-se em explorar o papel da camada interfacial, com apenas alguns nanômetros de espessura, entre a camada metálica e o substrato de polímero. "Isso ocorre porque, durante o processo de revestimento, uma camada intermediária com apenas alguns nanômetros de espessura se forma na interface entre o polímero e o alumínio", explicou Putz. Para melhor compreender seu impacto, os pesquisadores construíram um sistema modelo composto por um filme de poliimida e um revestimento de alumínio, e fabricaram especificamente uma camada intermediária de alumina com 5 nanômetros de espessura.
As descobertas foram publicadas nos periódicos ACS Applied Materials & Interfaces e Advanced Functional Materials. A doutoranda Joanna Bilov afirmou: "Os materiais que usamos são a mesma combinação utilizada em aplicações espaciais, como a espaçonave BepiColombo ou o para-sol do Telescópio Espacial James Webb da NASA. A diferença é que, nessas aplicações, a fina camada intermediária se forma naturalmente, enquanto a nossa é fabricada especialmente, o que nos permite ajustar suas propriedades."
Os testes mostraram que a camada intermediária introduzida artificialmente melhorou a elasticidade, a resistência a fissuras e a resistência ao descascamento do material. A equipe de pesquisa planeja, em seguida, alterar a espessura da camada intermediária e estendê-la a outros substratos poliméricos. Putz afirmou: "Prevemos que essa camada intermediária artificial que desenvolvemos possibilitará a construção de sistemas multicamadas em outros polímeros, sistemas que antes eram impossíveis devido à baixa adesão do revestimento."
Além das aplicações em isolamento térmico de satélites, esta pesquisa também apresenta potencial para o campo da eletrônica flexível. Putz e Bilov destacaram que a otimização de camadas intermediárias tão finas pode facilitar o desenvolvimento de produtos como dispositivos dobráveis, têxteis inteligentes e sensores médicos flexíveis.














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