Uma equipe de engenheiros da Universidade da Califórnia, em San Diego, desenvolveu um revestimento polimérico para aplicação direta que ajuda as plantas a resistirem a infecções bacterianas nocivas e aumenta sua tolerância à seca. Esta pesquisa, publicada na ACS Materials Letters, visa fornecer uma nova solução para os crescentes desafios das doenças de plantas e do estresse ambiental.

O revestimento antibacteriano é feito de um polímero sintético especialmente projetado, contendo grupos químicos com carga positiva que rompem eficazmente as membranas celulares das bactérias. A principal inovação reside no processo de síntese: a equipe aprimorou os métodos tradicionais, permitindo que ele seja realizado em condições brandas e tamponadas com água, evitando o uso de solventes orgânicos tóxicos para as plantas. O coautor principal e doutorando Luis Palomino observou: “O que nos diferencia desta vez é que sintetizamos o polímero em condições tamponadas, usando água como solvente. Isso nos permitiu criar uma formulação em spray mais biocompatível com as plantas.”
Os experimentos foram conduzidos pulverizando este revestimento polimérico nas folhas da planta modelo Nicotiana benthamiana. Os testes mostraram que o revestimento protegeu a planta da infecção por Agrobacterium e inibiu o crescimento de patógenos como Escherichia coli e Staphylococcus aureus em placas de Petri. Surpreendentemente, a pulverização localizada ativou a proteção sistêmica em toda a planta. "Basta pulverizar uma pequena porção das folhas para conferir imunidade bacteriana à planta inteira", disse o coautor principal e pesquisador de pós-doutorado Patrick Oedenkoven. "É um resultado realmente excelente." Os pesquisadores especulam que isso pode ser mediado por um sinal transitório e leve de peróxido de hidrogênio induzido pelo revestimento.
Além disso, o estudo constatou que as plantas pulverizadas apresentaram maior resistência à seca. Quatro dias após a interrupção da irrigação, o grupo tratado apresentou significativamente menos murchamento do que o grupo controle. O revestimento pode reduzir a evaporação da água formando uma barreira física, ao mesmo tempo que induz mecanismos intrínsecos de resposta ao estresse na planta. A equipe de pesquisa planeja explorar ainda mais seu mecanismo de ação e otimizar a biodegradabilidade e a segurança do material para promover a aplicação dessa tecnologia na agricultura.













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