Uma startup alemã, a Proxima Fusion, recentemente publicou o design de sua fábrica comercial de fusão nuclear na revista "Fusion Engineering and Design". Cientistas afirmam que este é um avanço significativo na tecnologia de fusão nuclear, potencialmente transformando o combustível estelar em uma fonte de energia limpa e sustentável na Terra. A empresa, que se separou do Instituto Max Planck de Física de Plasma em Munique, tem seu projeto de estelarator visto como um marco na construção de usinas de fusão nuclear, uma tecnologia há muito considerada o objetivo final da energia limpa. Dennis Whyte, pesquisador-chefe de fusão nuclear do MIT, após revisar o artigo, afirmou que o design abrange todas as disciplinas de engenharia necessárias para construir uma fábrica de fusão nuclear.
Diferente das reações de fissão das usinas nucleares tradicionais, a fusão nuclear libera energia através da combinação de núcleos atômicos leves, não produzindo emissões de carbono e com radiação extremamente baixa. No entanto, até agora, as empresas do setor enfrentam o desafio de manter a reação de fusão e alcançar um ganho líquido de energia. Whyte destacou que o artigo publicado marca o maior avanço na tecnologia de fusão desde o avanço dos tokamaks há uma década, quando a equipe do MIT demonstrou pela primeira vez a viabilidade de uma fábrica comercial de fusão nuclear. Desde então, empresas como a Commonwealth Fusion Systems têm avançado nas pesquisas e desenvolvimentos relacionados. Em contraste, a Proxima Fusion optou pelo caminho do estelarator, apresentando um design único.
O CEO da Proxima Fusion, Francesco Sciortino, enfatizou que este é o primeiro design de uma fábrica de fusão nuclear totalmente consistente em termos físicos e de engenharia. Ele afirmou que esta longa publicação técnica reflete o compromisso da empresa com a ciência de código aberto e demonstra os resultados significativos alcançados em um curto período de tempo. A empresa, fundada há dois anos, reúne talentos de engenharia do Google X, SpaceX e McLaren Racing, focando-se no desenvolvimento de fábricas de estelarator. Atualmente, já recebeu 35 milhões de dólares em financiamento da UE e do governo alemão, além de 30 milhões de dólares em investimentos de risco.
Chris Gadomski, chefe do departamento de energia nuclear da BloombergNEF, comentou que a tecnologia de fusão nuclear está em alta. Supercomputação, materiais avançados, impressão 3D e ímãs supercondutores de alto desempenho estão apoiando o design e operação de dispositivos protótipos. Empresas privadas de fusão nuclear já arrecadaram mais de 8 bilhões de dólares, com o ganho líquido de energia sendo visto como um marco crucial, esperado para ser alcançado dentro de alguns anos.









