A Paine Schwartz Partners, uma empresa de private equity dos Estados Unidos focada em investimentos sustentáveis na cadeia alimentar, divulgou um relatório que deve atrair investidores no setor agrícola. O white paper intitulado "Investindo em Ativos Físicos por Meio de Private Equity" explora como os investimentos em empresas de alimentos e agricultura podem gerar o chamado efeito "win-win". A Paine Schwartz Partners tem investido no setor de alimentos e agricultura nos últimos 20 anos e gerencia um portfólio de investimentos de aproximadamente 6,5 bilhões de dólares.
Em um ambiente econômico incerto, os investidores estão mais inclinados a buscar retornos mais estáveis e com menor risco. Para isso, a Paine Schwartz Partners está explorando como os investimentos em private equity e ativos físicos podem ajudar a preencher essa lacuna, embora cada classe de ativo tenha características isoladas. O private equity é conhecido por permitir que os investidores assumam riscos, alavancagem e falta de liquidez em troca do potencial de retornos acima da média, enquanto os ativos físicos oferecem estabilidade e menores riscos, mas também possuem problemas de liquidez. A indústria de alimentos e agricultura combina muitas das características do private equity e dos ativos físicos.
O modelo de private equity envolve investir em empresas privadas ou adquirir empresas listadas que estão com desempenho ruim, aumentar seu valor e depois vender o negócio para obter lucros. O retorno anualizado de private equity é conhecido por superar os mercados tradicionais, podendo chegar a 15% ou mais. Um dos motivos pelos quais os investidores em private equity conseguem esses retornos é o uso de alavancagem financeira de alto risco, o que amplifica tanto os ganhos quanto as perdas. De acordo com dados da McKinsey citados no relatório, "de 2010 a 2021, o uso de alavancagem e a expansão dos múltiplos de mercado impulsionaram 67% do retorno dos investimentos em aquisições de private equity."
Por outro lado, ativos físicos representam investimentos tangíveis como imóveis, infraestrutura e recursos naturais. O portfólio de ativos físicos também inclui ativos de empresas de alimentos e agricultura — um mercado de 17 trilhões de dólares — pois possuem características como a natureza física e tangível.
Os investidores têm se apressado a investir em ativos físicos devido à sua estabilidade, capacidade de geração de receita, resistência à inflação e baixa volatilidade em comparação com as ações. O retorno desses ativos costuma ser de 7% a 10%, incluindo fluxo de caixa e valorização. Os riscos enfrentados pelos ativos físicos são diferentes dos do private equity, com destaque para questões regulatórias e ambientais, custos de transação mais altos e menor liquidez. No entanto, os ativos físicos conquistaram a reputação de diversificar carteiras de investimentos, pois podem compensar os riscos e oferecer retornos significativos quando outras classes de ativos ficam para trás.
Investir em empresas de alimentos e agricultura inclui, mas não se limita a, possuir ativos tradicionais de alimentos e agricultura gerenciados por agricultores e produtores. Os investidores podem também se envolver com empresas que prestam serviços de valor agregado a agricultores, produtores e proprietários de terras no setor agrícola, como empresas de genética que apoiam o melhoramento de culturas ou empresas de tecnologia que fornecem dados essenciais sobre o solo, o que pode aumentar a produção agrícola.
O relatório da Paine Schwartz Partners afirma que "investir nesses tipos de empresas geralmente reduz a intensidade de capital, ao mesmo tempo em que se pode obter os benefícios de crescimento semelhantes — e frequentemente com uma estratégia certa, retornos maiores ao nível de private equity". O relatório destaca que "estruturas de investimentos híbridas, melhorias operacionais, alavancagem moderada, estratégias de valorização e diversificação setorial" são os principais mecanismos para alcançar o equilíbrio correto.
De acordo com a experiência da empresa de private equity, investir em empresas diretamente ou indiretamente ligadas ao setor de alimentos e agricultura pode gerar retornos comparáveis aos de investimentos tradicionais em private equity.









