A Ministra de Transição Energética e Desenvolvimento Sustentável, Leila Benali, anunciou na CERAWeek, uma conferência de energia realizada em Houston, que Marrocos lançará, nos próximos meses, uma licitação no valor de US$ 6 bilhões para desenvolver e reestruturar sua infraestrutura de gás natural.
Investimentos focados em infraestrutura de gás
De acordo com um relatório do site de notícias árabe Maghreb Times, os investimentos, principalmente impulsionados pelo setor privado, se concentrarão em:
Estabelecimento de terminais de importação de gás natural liquefeito (GNL) em vários portos
Expansão dos gasodutos para conectar os centros de demanda
Apoio à produção local de gás nos campos terrestres Tendrara e no campo offshore Anchois
O relatório também indica que três terminais de importação de GNL serão construídos, localizados em Nador, Dakhla e Mohammedia ou Jorf Lasfar. O terminal de Nador será conectado ao gasoduto Maghreb-Europe e está previsto para ser concluído em 2027. O segundo terminal será localizado em Mohammedia ou Jorf Lasfar, também com conclusão prevista para 2027, enquanto o terceiro terminal, situado em Dakhla, será conectado às redes Senegal-Mauritânia e ao gasoduto Nigéria-Marrocos, com previsão de inauguração em 2030.
Gas natural como pilar estratégico da política energética de Marrocos
Benali enfatizou que o gás desempenha um papel central na estratégia energética de Marrocos, que se baseia em três pilares principais: aumentar os investimentos em energia renovável para alcançar 52% de participação na matriz energética até o final desta década, melhorar a eficiência energética e investir em infraestrutura.
O desenvolvimento da infraestrutura de gás é uma parte essencial da política energética de Marrocos, que foca em três áreas principais. O primeiro é fortalecer as energias renováveis, com o objetivo de que 52% da eletricidade do país venha de fontes renováveis até 2030, o que visa reduzir a dependência de combustíveis fósseis e cumprir compromissos ambientais internacionais.
O segundo pilar foca na eficiência energética. O país está implementando medidas para otimizar o consumo de energia nos setores industrial, residencial e de transportes, com o objetivo de reduzir a demanda geral, aumentar a competitividade e utilizar melhor os recursos energéticos existentes.
O terceiro pilar envolve o desenvolvimento da infraestrutura de gás natural. Além da licitação iminente, Marrocos também está conduzindo vários projetos para reforçar sua cadeia de suprimentos de gás. Um projeto notável é o gasoduto Nigéria-Marrocos, cuja primeira fase de licitação está prevista para 2025. Este gasoduto atravessará vários países da África Ocidental e deverá facilitar as exportações de gás para a Europa, ao mesmo tempo em que atenderá à demanda de energia de países africanos envolvidos.
Em 2023, Marrocos assinou um acordo com a Corporação Financeira Internacional (IFC) para estabelecer um quadro de parcerias público-privadas visando o desenvolvimento da infraestrutura de gás natural.
Atualmente, Marrocos produz menos de 100 milhões de metros cúbicos de gás por ano e importa 1 bilhão de metros cúbicos anualmente da Espanha por meio de gasodutos. O país também está avançando com o projeto do gasoduto Marrocos-Nigéria, que visa integrar ainda mais o gás ao seu setor energético.









