Em 2 de abril, a Casa Branca anunciou a imposição de novas tarifas sobre mais de 50 países. Desde que o presidente Trump assumiu o cargo em janeiro, as tarifas cumulativas sobre produtos chineses chegaram a 54%.

Dois dias depois, a China também aumentou as suas tarifas, impondo uma taxa adicional de 34% sobre produtos dos Estados Unidos. Já antes, Pequim havia aplicado tarifas de 10% a 15% em alguns produtos, incluindo o trigo (15%) e a soja (10%). Isso significa que, a partir de 10 de abril, as exportações de soja dos Estados Unidos para a China enfrentarão tarifas cumulativas de 44%. De acordo com o relatório do "World Grain", as novas tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos chineses entrarão em vigor em 9 de abril. Segundo os dados da Serviço de Agricultura Externa do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, em 2024, mais da metade da soja dos Estados Unidos, em termos de valor, foi enviada para a China.
No relatório de culturas previstas divulgado em 31 de março pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, aponta que, em 2025, os agricultores norte-americanos planejam plantar 83,5 milhões de acres de soja, o que representa uma redução de cerca de 4,1% em relação ao ano anterior. Os analistas concordam que, nos próximos meses, a China se concentrará quase exclusivamente na compra de soja brasileira.
A China é o maior comprador de produtos agrícolas do mundo e também o maior importador de soja. O Brasil é o maior fornecedor de soja do mundo. Desde que as trocas tarifárias com a China foram iniciadas durante o primeiro mandato de Trump, a participação do mercado brasileiro vem aumentando, gradualmente, à custa da posição do Estados Unidos, que era o segundo maior fornecedor.
No ano passado, as exportações de soja dos Estados Unidos atingiram US$ 22,6 bilhões. Somente o México (US$ 2,3 bilhões) escapou da escalada da guerra comercial anunciada pela Casa Branca em 2 de abril. 90% das exportações agrícolas dos Estados Unidos correm o risco de sofrer retaliações. Atualmente, as vendas de soja dos Estados Unidos para o México estão isentas de tarifas.
A significativa elevação das tarifas da China sobre produtos dos Estados Unidos também afetará o comércio de outros produtos agrícolas, incluindo o sorgo, os produtos lácteos, o trigo, o milho, as aves e a carne. A partir de 10 de abril, mais de US$ 15,7 bilhões de produtos exportados pelos Estados Unidos enfrentarão tarifas variando de 44% a 49%.









