Dan Moore, vice-presidente executivo da unidade de polietileno da ExxonMobil, declarou recentemente na feira de plásticos K 2025, em Düsseldorf, Alemanha, que o ambiente legislativo europeu se tornou uma barreira ao investimento na economia circular. Ele afirmou que, devido a esse ambiente legislativo europeu desfavorável, a empresa foi recentemente forçada a tomar a "difícil decisão" de fechar algumas unidades petroquímicas e suspender os planos de investimento para dois projetos de reciclagem avançada na Europa.
Moore afirmou que o ambiente legislativo europeu desfavorável tem muitas consequências, a primeira delas é o fechamento de craqueadores. "No nosso caso, tivemos que fechar ativos significativos na Europa", revelou Moore. Em abril de 2024, a ExxonMobil anunciou o fechamento permanente de sua unidade de craqueamento a vapor e derivados downstream, com capacidade de 425.000 toneladas/ano, em Gravenchon, Normandia, França. A empresa também está considerando a venda de unidades petroquímicas no Reino Unido e na Bélgica, com transações potenciais avaliadas em até US$ 1 bilhão. De acordo com a S&P Global Commodity Insights, a ExxonMobil opera uma unidade de craqueamento com capacidade para 830.000 toneladas/ano em Mossmorran, Reino Unido, e duas plantas lineares de polietileno de baixa densidade na Bélgica.

Moore afirmou que a empresa foi recentemente forçada a interromper investimentos em projetos avançados de reciclagem na Europa, envolvendo mais de € 100 milhões em soluções de economia circular em Antuérpia e Roterdã. Ele afirmou: "O ambiente legislativo na Europa está dificultando a implementação de projetos, e essa situação é frustrante". Em 18 de setembro, a ExxonMobil confirmou a suspensão temporária da construção de duas plantas de reciclagem química em Antuérpia, Bélgica, e Roterdã, Holanda, devido à incerteza em torno dos projetos de regulamentação da UE. As plantas têm uma capacidade anual combinada de processamento de 80.000 toneladas de resíduos plásticos.
Disputas regulatórias também têm afetado a ExxonMobil. A ExxonMobil criticou anteriormente a Comissão Europeia por sua postura restritiva em relação ao balanço de massa, o que ameaçava a viabilidade de seus projetos de reciclagem química na Europa. A empresa observou: "Regulamentações rigorosas sobre balanço de massa podem inibir a expansão da reciclagem química, limitar o acesso a materiais reciclados e, em última análise, atrasar a transição para uma economia circular para os plásticos". Moore apelou aos reguladores europeus para que "deixem o mercado determinar as soluções. Parem de prescrever caminhos tecnológicos e confiem na indústria para impulsionar o progresso social".
Marco Mensink, Diretor-Geral do Conselho Europeu da Indústria Química (Cefic), enfatizou, ao mesmo tempo, que "o esclarecimento das regras para a reciclagem química e mecânica é urgentemente necessário. Regulamentações defasadas prejudicarão os investimentos". Ele defendeu a criação de um projeto de lei europeu sobre economia circular para promover o desenvolvimento de sistemas nacionais de reciclagem de plásticos.









