A Comissão Estatal de Regulação Nuclear da Ucrânia (SRC) autorizou a liberação das primeiras 22 toneladas de aço carbono da usina nuclear de Chernobyl para reutilização industrial, uma decisão que gerou ampla controvérsia. Anunciada em 28 de outubro de 2025 pela SRC, essa medida permite que materiais armazenados no local do desastre nuclear por décadas sejam descontaminados e reutilizados, podendo inclusive entrar no mercado consumidor.

Esses materiais de aço são provenientes de remanescentes de equipamentos desmontados da fábrica e estão sendo processados na recém-construída instalação de liberação livre, FRM-03. A usina de Chernobyl afirma que os materiais passaram por trituração, descontaminação e testes de espectroscopia gama, mas ainda existem dúvidas públicas quanto à eficácia e segurança absolutas do processo. Embora a instalação FRM-03, financiada pela UE, esteja operacional em setembro de 2025 e tenha recebido aprovação regulatória para operação comercial, com capacidade para processar até 10 toneladas de material por dia, este é o primeiro uso comercial em larga escala de metal de Chernobyl, e seus impactos a longo prazo ainda não foram totalmente estudados.
Críticos argumentam que os operadores da usina, alegando a necessidade de reduzir os custos financeiros e os resíduos radioativos, podem estar mascarando potenciais ameaças ambientais e sociais. Questionam se essa medida viola os princípios fundamentais das usinas nucleares — a proteção das pessoas e do meio ambiente — e consideram o que os reguladores alegam ser conformidade com os padrões internacionais como um experimento de segurança pública. Dada a história de Chernobyl e sua vasta zona de exclusão, a decisão de reciclar metais da área em larga escala foi criticada como mal ponderada. Com as aprovações iniciais para o aço, o plano será expandido para materiais de outras três usinas nucleares, exacerbando ainda mais a potencial escala dos problemas e as preocupações públicas.









