A divisão de oleaginosas da COFCO anunciou a assinatura de contratos para a aquisição de quase 20 milhões de toneladas de produtos agrícolas brasileiros, incluindo soja, óleo de soja e óleo de palma, com um valor total superior a US$ 10 bilhões, segundo a Reuters. Os contratos foram finalizados na semana passada, durante a Exposição Internacional da China em Xangai, com empresas como ADM, Bunge, Cargill e Louis Dreyfus, de acordo com um comunicado da COFCO Óleos e Oleaginosas em sua conta oficial no WeChat.

O comunicado não mencionou produtos dos Estados Unidos. Nos meses anteriores, a China comprou diversos carregamentos de produtos agrícolas americanos, incluindo soja e trigo, como um gesto de boa vontade em meio à melhora das relações comerciais. No entanto, apesar da redução das tarifas sobre certos produtos americanos, uma tarifa de 10% permanece em vigor sobre todas as importações dos EUA, limitando as perspectivas de uma recuperação comercial mais ampla. Por exemplo, as taxas de importação de soja foram reduzidas de 23% para 13%, mas o nível permanece alto para importadores privados.
As compras em larga escala da COFCO refletem as estratégias de aquisição lideradas pelo Estado, atraindo a atenção de diversos comerciantes. Isso ocorre após um anúncio da Casa Branca indicando que a China se comprometeu a comprar 12 milhões de toneladas de soja até o final do ano, embora as autoridades chinesas não tenham confirmado essa informação.
Os acordos com grandes comerciantes globais reforçam o foco da COFCO em garantir o fornecimento estável de commodities agrícolas essenciais para atender à demanda interna. A soja brasileira continua a desempenhar um papel central na estratégia de importação da China, impulsionada por considerações de volume e qualidade.
Essas transações também demonstram o papel das empresas estatais na influência dos mercados de commodities, com as compras da COFCO ajudando a estabilizar a oferta e as expectativas de preços no mercado chinês. Analistas observam que as ações da empresa podem afetar os fluxos globais de soja e óleo comestível, particularmente da América do Sul.
A abordagem da COFCO enfatiza a diversificação de fornecedores, com forte foco em contratos de longo prazo para garantir o fornecimento confiável. Ao envolver diversos comerciantes globais, a corporação visa assegurar a continuidade das importações, gerenciando os riscos de mercado associados às flutuações de preços das commodities e à logística de transporte.
Além da soja, os acordos abrangem óleo de soja, óleo de palma e outros produtos agrícolas, reforçando a estratégia contínua da China para atender às necessidades internas de processamento e consumo. A medida está alinhada com objetivos nacionais mais amplos de manter a segurança alimentar, estabilizar os preços e apoiar as indústrias nacionais que dependem da importação de oleaginosas.
Embora os acordos não incluam produtos de origem americana, os diálogos comerciais em andamento e os ajustes tarifários sugerem potenciais oportunidades futuras para o comércio agrícola bilateral. Por ora, a aquisição estratégica da COFCO junto ao Brasil destaca a importância contínua das exportações agrícolas sul-americanas para atender à demanda da China por oleaginosas essenciais e produtos relacionados.









