O Alasca possui a quarta maior reserva de petróleo e gás natural dos Estados Unidos, mas suas regiões mais populosas enfrentam iminente escassez de energia. Na encosta norte do Alasca, produtores de petróleo bombeiam 465.000 barris de petróleo bruto diariamente para o sul, abastecendo os mercados nacional e global. No entanto, em Anchorage e arredores, onde vivem 63% da população do estado, as concessionárias de serviços públicos alertaram que podem não ter gás natural suficiente para garantir eletricidade e aquecimento confiáveis.
Este conflito decorre de limitações de infraestrutura. O Sistema de Oleodutos Trans-Alasca foi projetado para transportar petróleo, não gás natural. A lei estadual proíbe os produtores de queimar o excesso de gás natural, o que resulta na reinjeção do gás extraído no solo. A encosta norte do Alasca possui aproximadamente 35 trilhões de pés cúbicos de reservas comprovadas de gás natural, equivalente à produção total de gás natural dos EUA em 2023, com aproximadamente 200 trilhões de pés cúbicos de potencial inexplorado.

A Alaska Gas Pipeline Development Corporation propôs um plano de desenvolvimento que construiria uma planta de processamento de gás natural na encosta norte, uma planta de liquefação perto de Anchorage e conectaria os dois locais por meio de um gasoduto de 1.299 km. O projeto está previsto para custar US$ 44 bilhões, e um estudo de engenharia a ser divulgado até o final de 2025 fornecerá uma estimativa de custo mais precisa. Em fevereiro de 2025, as partes anunciaram uma joint venture para avançar o projeto do gasoduto.
Mais de 70% da eletricidade e do aquecimento no centro-sul do Alasca dependem de gás natural. A queda na produção do campo de gás de Cook Inlet levou ao aumento dos preços, com os preços no atacado atingindo US$ 8,75 por mil pés cúbicos em 2024, mais que o dobro do nível de 2005. Em 2022, a fornecedora Hilcorp informou que poderia não ser capaz de atender às necessidades das concessionárias locais a partir de 2027.
O estado enfrenta duas opções principais: construir um gasoduto para transportar gás natural da encosta norte ou importar gás natural liquefeito do mercado global. Estudos mostram que o gás natural importado custa US$ 13,72 por mil pés cúbicos, enquanto um projeto de gasoduto bem-sucedido poderia reduzir os preços locais para US$ 2,23. Espera-se que a melhoria da eficiência energética e o desenvolvimento de energias renováveis reduzam a demanda por gás natural em 15% em uma década, mas a reforma de casas antigas exige tempo e capital.
Esta decisão não diz respeito apenas aos interesses econômicos, mas também à identidade do Alasca. Como um grande estado produtor de energia, tornar-se importador de energia tornou-se uma questão urgente para muitos moradores. A decisão do estado reflete o desafio comum que as regiões ricas em recursos enfrentam para equilibrar a autossuficiência energética com a integração ao mercado global.














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