Uma equipe internacional de pesquisa liderada pelo Instituto Leibniz de Astrofísica de Potsdam, na Alemanha, forneceu novas evidências para a existência de matéria escura por meio da observação de galáxias anãs. Este estudo analisou os dados de movimento estelar das 12 galáxias mais pequenas e mais escuras do universo, desafiando as previsões da teoria da dinâmica newtoniana modificada.

Os pesquisadores utilizaram o supercomputador nacional britânico DiRAC para realizar simulações, comparando os dados observacionais com modelos de matéria escura e previsões da dinâmica newtoniana modificada. Os resultados mostram que o campo gravitacional interno das galáxias anãs não pode ser explicado apenas pela matéria visível. A primeira autora do estudo, a doutoranda Mariana Júlio, do Instituto Leibniz de Astrofísica de Potsdam, afirmou: "Tanto os resultados das observações quanto nossas simulações EDGE indicam que o campo gravitacional dessas galáxias não é determinado apenas pela matéria visível, o que contradiz as previsões da gravidade modificada."

O estudo questiona a hipótese de longa data da "relação de aceleração radial". Descobriu-se que, nas menores galáxias anãs, a relação simples entre a quantidade de matéria visível e a intensidade gravitacional começa a falhar. O coautor Marcel Pawlowski explicou: "Nossos resultados confirmam suspeitas anteriores de que as trajetórias das galáxias anãs não correspondem às previsões para galáxias de maior massa. Elas não se alinham com a extrapolação da relação de aceleração radial, mas apresentam acelerações maiores."

O professor Justin Read, da Universidade de Surrey, acrescentou: "Novos dados e técnicas de modelagem nos permitem mapear campos gravitacionais em escalas menores do que nunca. Se essas galáxias estiverem envolvidas por um halo invisível de matéria escura, isso explicaria os resultados." Essas observações oferecem novas direções para a pesquisa de matéria escura, embora ainda não revelem sua composição específica, restringindo significativamente outras possíveis explicações teóricas.

Os resultados do estudo foram aceitos pela revista Astronomy & Astrophysics e publicados na plataforma de pré-impressão arXiv. Futuras observações de galáxias ainda mais escuras continuarão a avançar na exploração da natureza da matéria escura.