Uma análise recente da revista Science mostra que a pesquisa climática conduzida pela empresa petrolífera Exxon na década de 1970 previu com precisão o impacto dos combustíveis fósseis no clima. O estudo reacendeu a discussão sobre os caminhos históricos da transição energética.
Na década de 1970, os estudos climáticos encomendados pela Exxon indicaram claramente a relação entre o uso de combustíveis fósseis e o aquecimento global. Após a crise energética de 1979, os formuladores de políticas nos EUA continuaram a se concentrar nas questões de segurança energética. A análise aponta que os modelos de previsão da Exxon naquela época apresentavam alta concordância com as mudanças climáticas que se verificaram posteriormente.
Em 1996, o então CEO da Exxon, Lee Raymond, mencionou publicamente a “teoria não comprovada de que os combustíveis fósseis afetam o clima da Terra”. Hoje chamada ExxonMobil, a empresa respondeu que: “As conclusões de quem afirma que ‘a Exxon já sabia’ estão incorretas.”
Os pesquisadores, por meio de simulações de cenários, propuseram outra possibilidade: se os resultados científicos tivessem sido tratados como oportunidade de desenvolvimento na época, a transição energética poderia ter ocorrido décadas antes. Nesse cenário hipotético, a Exxon poderia ter se unido à General Motors na década de 1980 para lançar veículos elétricos em produção em massa e desenvolver grandes projetos de energia solar. Essas iniciativas de transição energética poderiam ter transformado o Norte da África em uma região exportadora de tecnologia solar e promovido a construção de micro-redes em países em desenvolvimento.
Na trajetória real, o ex-vice-presidente dos EUA, Al Gore, e o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas receberam o Prêmio Nobel da Paz em 2007 por seu trabalho de defesa do clima. No cenário hipotético, a adoção antecipada das recomendações dos cientistas poderia ter incluído representantes do setor empresarial entre os laureados.
O estudo, ao comparar a realidade histórica com simulações teóricas, oferece uma nova perspectiva para entender o impacto das decisões sobre a transição energética. A análise indica que o conhecimento e as respostas iniciais às pesquisas climáticas tiveram efeitos profundos no progresso da transição energética global.
















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