Um novo estudo do Centro HUN-REN de Astronomia e Ciências da Terra, na Hungria, indica que luas orbitando planetas errantes podem manter água líquida graças ao aquecimento de maré, oferecendo um ambiente potencialmente habitável para formas de vida extraterrestre. A pesquisa abre novos caminhos para a exploração de vida na Via Láctea.
A equipe de pesquisa analisou, por meio de simulações dinâmicas, a evolução orbital de planetas e suas luas após explosões de supernovas, e descobriu que, mesmo após o desaparecimento da estrela hospedeira, as luas podem permanecer gravitacionalmente ligadas aos planetas. As autoras do estudo, Viktória Fröhlich e Zsolt Regály, afirmaram: “De acordo com nossos resultados, os planetas ejetados durante explosões de supernovas do tipo II conservaram suas luas em todos os casos.”
Os dados das simulações mostraram que cerca de 12% a 15% dessas luas errantes podem gerar aquecimento de maré comparável ao de Encélado e Europa. A excentricidade orbital dessas luas pode atingir até 0,88, garantindo uma fonte contínua de energia ao longo de escalas de tempo geológicas. Os pesquisadores destacaram no artigo: “O tempo de decaimento da excentricidade excede a idade do Sistema Solar, o que significa que o aquecimento pode ter persistido por bilhões de anos.”
O estudo é o primeiro a demonstrar de forma sistemática o potencial de habitabilidade a longo prazo de sistemas de luas errantes. Em comparação com exoplanetas tradicionais que orbitam estrelas, esses mundos escuros poderiam manter ambientes adequados à vida graças a fontes internas de calor, ampliando os limites teóricos da zona habitável. Com a entrada em operação de telescópios de nova geração, como o Nancy Grace Roman Space Telescope, a detecção desses corpos celestes deverá se tornar cada vez mais viável.
Os pesquisadores apontam que a Via Láctea pode abrigar uma quantidade imensa desses sistemas de luas errantes — possivelmente na casa dos trilhões. Essas descobertas poderão transformar o paradigma da astrobiologia e estimular a busca por sinais de vida em regiões ainda mais vastas do cosmos.














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