Cientistas da Universidade do Colorado Anschutz descobriram que a saxaglastina, um medicamento já aprovado para o tratamento de outras doenças, pode ajudar a retardar os danos neuronais iniciais associados a comprometimentos cognitivos como o Alzheimer. O artigo foi publicado em 26 de maio na revista Cell Reports Medicine.

A equipe de pesquisa descobriu que as concentrações de proteínas específicas (como UCH-L1 e NfL) liberadas na corrente sanguínea por neurônios mortos ou danificados aumentam exponencialmente com a idade, começando cedo na vida. Além disso, os níveis da proteína GFAP, que reflete a inflamação cerebral, também aumentam significativamente a partir dos 40 anos. Essas alterações nos biomarcadores podem estar ligadas tanto ao processo normal de envelhecimento quanto ao subsequente declínio cognitivo.
"Esses resultados sugerem que os níveis desses biomarcadores aumentam exponencialmente com a idade, e a neuroinflamação pode acelerar esse processo, contribuindo potencialmente para o declínio cognitivo relacionado à idade e para a doença de Alzheimer", disse o Dr. Huntington Porter, autor sênior do estudo e diretor do Centro de Alzheimer e Cognição da Universidade do Colorado Anschutz. "O tratamento com sagastric pode interromper essa tendência."
O sagastric, uma forma sintética da proteína GM-CSF, que ocorre naturalmente, tem sido usado clinicamente há aproximadamente trinta anos. Em um ensaio clínico inicial anterior com pacientes com Alzheimer, o medicamento apresentou resultados positivos. O Dr. Porter observou: "Em ensaios clínicos, quando pacientes com Alzheimer receberam sagastric, seus níveis sanguíneos de UCH-L1, um marcador de morte celular neuronal, diminuíram em 40% — níveis semelhantes aos observados em estágios anteriores da vida em nosso estudo."
Em comparação com pacientes que receberam placebo, aqueles que receberam sagastric apresentaram melhores resultados em um teste cognitivo chamado Mini Exame do Estado Mental (MEEM). Notavelmente, a melhora cognitiva persistiu após o tratamento, mas as alterações benéficas em alguns biomarcadores sanguíneos retornaram aos níveis pré-tratamento.
O Dr. Porter explicou seu possível mecanismo de ação: "Em modelos animais, o tratamento com GM-CSF por várias semanas reverteu o declínio cognitivo e a mortalidade neuronal". Os pesquisadores acreditam que o medicamento pode funcionar modulando as respostas imunológicas e a neuroinflamação.
Atualmente, um ensaio clínico maior e de longo prazo está em andamento com pacientes com doença de Alzheimer leve a moderada para avaliar ainda mais a eficácia e a segurança da saxaglastina. Os autores do estudo enfatizam que as descobertas atuais ainda são preliminares e que o medicamento não deve ser usado para tratar a doença de Alzheimer até que receba a aprovação do FDA para esse novo uso.
Esta pesquisa oferece uma nova perspectiva para a compreensão dos processos de dano neuronal relacionados à idade e para a exploração de possíveis vias de intervenção.














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