Um novo estudo do MD Anderson Cancer Center da Universidade do Texas revelou um novo alvo terapêutico para o câncer de mama triplo-negativo. O estudo demonstra que, para subtipos que não possuem o gene Rb1, a inibição combinada de duas proteínas chamadas ATR e PKMYT1 pode induzir a morte das células cancerígenas, abrindo uma nova direção para o desenvolvimento de terapias direcionadas. As descobertas foram publicadas na revista Science Translational Medicine.
O estudo foi liderado pelo Professor Khandan Keyomarsi. Por meio de análises genômicas e proteômicas, combinadas com modelos de transplante tumoral derivados de pacientes, a equipe descobriu que a perda do gene Rb1 interrompe os processos de reparo do DNA, forçando as células tumorais a se tornarem altamente dependentes das vias ATR e PKMYT1 para sobreviver, criando assim uma "vulnerabilidade" que pode ser explorada por medicamentos. Keyomarsi destaca: “Tumores com deficiência de Rb1 não respondem a inibidores de CDK4/6 porque dependem de Rb1 para regular a divisão celular. No entanto, essa mesma deficiência também os torna sensíveis a inibidores de ATR e PKMYT1. Agora podemos identificar quais pacientes podem se beneficiar de uma estratégia de tratamento completamente diferente.”
Em modelos pré-clínicos, a inibição simultânea de ATR e PKMYT1 bloqueou vias de reparo essenciais em células cancerígenas, levando ao acúmulo de danos ao DNA e eventual morte celular, resultando na redução do tumor e no aumento da sobrevida. Essa estratégia utiliza o princípio da “letalidade sintética”, matando seletivamente as células cancerígenas ao bloquear simultaneamente duas vias complementares. Keyomarsi acrescenta: “Incorporar o status de Rb1 na tomada de decisões clínicas ajuda a desenvolver planos de tratamento mais eficazes e personalizados para esses pacientes.”
Essa descoberta tem potencial de translação clínica em curto prazo. Inibidores direcionados a ATR e PKMYT1 já estão em ensaios clínicos. O estudo clínico de Fase I MYTHIC, liderado por pesquisadores do MD Anderson Cancer Center, está testando a eficácia dessa terapia combinada contra tumores sólidos específicos. No futuro, a detecção do status do gene Rb1 no tumor poderá se tornar um importante biomarcador para triagem, beneficiando potencialmente os pacientes e auxiliando no desenvolvimento de planos de tratamento de precisão.














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