A Índia está considerando permitir que empresas estrangeiras detenham até 49% das suas usinas nucleares como parte de uma estratégia para impulsionar a produção de energia nuclear e reduzir a dependência de carvão. Essa mudança de política visa atrair investimentos estrangeiros e apoiar a transição para fontes de energia mais limpas.

As discussões sobre a revisão das regras de investimento estrangeiro para o setor nuclear começaram em 2013. A energia nuclear é vista como uma alternativa estável e de baixa emissão em relação ao carvão, atendendo à necessidade da Índia de energia sustentável. Atualmente, a energia nuclear contribui com pouco mais de 8 GW, ou 2%, da capacidade total de geração de eletricidade da Índia, que é de aproximadamente 400 GW.
As mudanças propostas incluem emendas ao Atos de Responsabilidade Civil por Danos Nucleares de 2010 e ao Atos de Energia Atômica de 1960. Essas revisões permitiriam que entidades privadas, tanto nacionais quanto estrangeiras, construíssem, detivessem e operassem instalações nucleares e se envolvessem na produção de combustível nuclear. O governo planeja apresentar essas emendas ao gabinete federal em breve, visando a aprovação durante a sessão da monção do parlamento em julho de 2025.
Os investimentos estrangeiros exigirão a aprovação do governo, garantindo a fiscalização do processo. As reformas visam abordar as preocupações sobre a responsabilidade em caso de acidentes, o que anteriormente afastou as empresas estrangeiras. Um acordo nuclear de 2008 com os Estados Unidos facilitou negócios importantes, mas as regras rigorosas de responsabilidade limitaram os investimentos.
O governo estabeleceu como objetivo aumentar a capacidade nuclear para 100 GW até 2047, uma expansão de doze vezes. Isso se alinha com os objetivos energéticos mais amplos da Índia, complementando fontes renováveis como a energia eólica e solar, especialmente durante a demanda máxima no período da noite. Várias empresas internacionais, incluindo a Westinghouse Electric, a GE-Hitachi, a Electricité de France e a Rosatom, têm demonstrado interesse nos projetos nucleares da Índia. Além disso, empresas indianas como a Reliance Industries, a Tata Power, a Adani Power e a Vedanta estão explorando investimentos no valor de aproximadamente US$ 26 bilhões no setor.
Um funcionário envolvido nas discussões afirmou: "As mudanças propostas criarão novas oportunidades para os jogadores nacionais e estrangeiros, apoiando os objetivos energéticos de longo prazo da Índia". As reformas devem encorajar a participação do setor privado, abordando as barreiras à expansão da energia nuclear.









