A Neo Performance Materials inaugurou oficialmente na Estônia uma fábrica de 75 milhões de dólares, tornando-se a primeira empresa a produzir ímãs de terras raras em grande escala para os setores automotivo e de energia eólica na Europa.

Segundo a mídia, a fábrica já iniciou a produção, com meta inicial de 2.000 toneladas de ímãs por ano, quantidade suficiente para abastecer mais de 1 milhão de veículos elétricos ou mais de 1.000 turbinas eólicas offshore.

Dada a dependência europeia dos ímãs provenientes da China, o CEO da Neo, Rahim Suleman, acredita que há espaço para aumento da produção. Em entrevista ao Financial Times, ele afirmou que 98% da demanda da UE por ímãs depende da China, situação “insustentável”, especialmente considerando que a demanda por ímãs deve quase dobrar nos próximos 10 anos. A empresa planeja expandir a produção anual para 5.000 toneladas a fim de atender à demanda projetada.

O plano da Neo está alinhado com os objetivos da UE, que visa aumentar a taxa de processamento doméstico de minerais críticos, incluindo terras raras, para 40% até 2030, reduzindo a dependência da China. A nova fábrica da Neo está localizada na cidade de Narva, no nordeste da Estônia, e recebeu até 18,7 milhões de euros em financiamento da UE. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou, citada pelo Financial Times: “Os ímãs de terras raras produzidos aqui são essenciais para o crescimento e a inovação.”

Com a inauguração da fábrica, a Neo anunciou na sexta-feira a assinatura de contratos com os fornecedores automotivos alemães Schaeffler e Bosch. Suleman afirmou no comunicado sobre o acordo com a Bosch: “Isso garante uma grande parte da nossa produção futura e reflete nossa estratégia de priorizar parcerias com as maiores e mais inovadoras empresas do mundo.”

A primeira-ministra da Estônia, Kaja Kallas, declarou na cerimônia de inauguração que a fábrica é “a mais eficiente em termos de custos já construída no mundo ocidental” e destacou que ela está localizada próxima à instalação existente de separação de terras raras da Neo na Estônia.