Rafael López Aliaga, um dos principais candidatos à presidência do Peru, propôs a revogação e redistribuição de licenças de mineração ociosas. Essa proposta gerou intenso escrutínio no Peru, visto que empresas de mineração globais competem acirradamente com pequenos mineradores por áreas ricas em recursos.

Sendo o terceiro maior produtor mundial de cobre e um importante fornecedor de ouro, prata e zinco, os ajustes na política de mineração do Peru têm implicações de longo alcance para os mercados globais. Em discurso no Fórum Empresarial do CADE, López Aliaga afirmou categoricamente que terras deixadas sem desenvolvimento por longos períodos devem ser devolvidas ao Estado. Ele enfatizou a injustiça atual, com algumas empresas ocupando recursos sem utilizá-los de forma eficaz. Essa declaração é vista como um desafio significativo para a indústria de mineração tradicional e pode levar outros candidatos a seguirem o mesmo caminho.
Se implementada, a política afetaria empresas como Southern Copper, MMG e First Quantum Mining. Essas empresas alegam que alguns direitos de mineração foram tomados por garimpeiros ilegais. Nos últimos anos, a mineração artesanal emergiu como uma força política independente, chegando a forçar a renúncia de ministros e garantindo a prorrogação de licenças para mineração informal no Congresso. O ex-presidente da Câmara Nacional de Mineração do Peru, Carlos Gálvez, questionou publicamente os laços de López Aliaga com garimpeiros ilegais, alegação que ele negou veementemente.
Atualmente, López Aliaga lidera as pesquisas com mais de 30 candidatos, com aproximadamente 10% dos votos. O dia da eleição no Peru coincide com a alta dos preços do ouro e do cobre, o que levou centenas de milhares de pessoas a recorrerem à mineração informal, exacerbando ainda mais a pressão sobre a indústria de mineração tradicional. Além das políticas para o setor de mineração, López Aliaga propôs uma arbitragem de US$ 3 bilhões contra a Brookfield Asset Management e está pressionando pela falência e reestruturação da Petronas, a estatal petrolífera.









