Em 18 de dezembro, o gabinete federal da Alemanha aprovou um projeto de lei sobre biocombustíveis que permitirá continuar a utilizar culturas alimentares e forrageiras como matéria-prima para a produção de biocombustíveis, marcando uma mudança na política do país nessa área.
De acordo com a declaração do Ministério do Meio Ambiente alemão, o novo projeto manterá os níveis atuais de utilização permitidos de matérias-primas alimentares e forrageiras. O governo de coalizão anterior, que incluía o Partido Verde, havia planejado eliminar gradualmente esse tipo de matéria-prima. Além disso, devido às preocupações com os danos ambientais causados pela produção de óleo de palma, o projeto estipula que, a partir de 2027, o uso de óleo de palma não poderá ser contabilizado para as metas de redução de emissões.
Outro elemento-chave do projeto é a limitação da prática da "dupla contagem" para certas matérias-primas de biocombustíveis. A chamada "dupla contagem" é um mecanismo regulatório que permite que biocombustíveis avançados específicos ou baseados em resíduos recebam crédito duplo para o cumprimento das metas de conformidade.
O programa alemão de biocombustíveis visa reduzir as emissões de gases de efeito estufa do transporte rodoviário através da mistura de biodiesel e bioetanol com combustíveis fósseis. As empresas petrolíferas têm metas de redução de emissões, que podem ser parcialmente alcançadas através do uso de biocombustíveis. Comerciantes alemães de oleaginosas afirmaram que o novo projeto deve apoiar os preços, por um lado, aliviando a continuação do uso de matérias-primas alimentares e, por outro, o fim da "dupla contagem" também é visto como um sinal positivo.
Este projeto também faz parte da transposição da Diretiva de Energias Renováveis da UE para a legislação nacional alemã, abrangendo áreas como transporte, eletricidade e aquecimento. O texto do projeto foi adiado várias vezes e agora foi submetido ao Bundestag (parlamento federal alemão) para aprovação.









