Um estudo conduzido pelas equipes dos professores Yao Yijun e Luo Yongming, do Instituto de Pesquisa em Solos da Academia Chinesa de Ciências, publicado na revista Nature Geoscience, revelou que a tendência de acidificação dos solos agrícolas na China foi efetivamente contida desde 2013. A pesquisa integrou 7.024 levantamentos regionais realizados entre 1985 e 2022, construindo o conjunto de dados mais abrangente sobre valores de pH do solo já obtido no país. Modelos de aprendizado de máquina desenvolvidos pelos pesquisadores mostraram que, entre 1985 e 2013, o pH médio dos solos superficiais chineses caiu cerca de 0,25 unidades, estabilizando-se a partir de então.

Os pesquisadores associam essa mudança às reformas das políticas agrícolas. O professor Yao explicou: “Durante muitos anos, acreditava-se que a saúde do solo continuava em declínio. Nosso estudo demonstra uma interrupção crítica nessa tendência e a vincula diretamente às estratégias agrícolas nacionais.” A variação observada no pH dos solos agrícolas chineses reflete o impacto positivo das políticas de manejo do solo, fornecendo uma base científica sólida para a avaliação da qualidade dos solos do país.

O estudo também identificou diferenças entre tipos de cultivo. Os sistemas de arrozais já mostram sinais de recuperação do pH, enquanto os solos de sequeiro apresentaram melhora mais limitada. As previsões indicam que, mesmo mantendo o controle rigoroso do uso de fertilizantes nitrogenados, os níveis de pH dificilmente retornarão aos valores da década de 1980 até 2040, especialmente nas regiões áridas de cultivo. Esses resultados destacam a necessidade de medidas de manejo mais específicas e adaptadas às condições locais.

Os cientistas recomendam a implementação de planos de conservação do solo ajustados regionalmente, incluindo a ampliação do uso de fertilizantes orgânicos e a promoção de tecnologias de liberação controlada de nitrogênio. Tais estratégias podem manter a produtividade agrícola ao mesmo tempo em que promovem a recuperação da saúde dos solos. O professor Yao acrescentou: “Isso demonstra de forma convincente que políticas direcionadas de manejo sustentável de fertilizantes podem gerar benefícios ambientais reais e em larga escala.”

O sistema de monitoramento estabelecido por essa pesquisa fornece um modelo de referência global para o desenvolvimento agrícola sustentável. Os resultados reforçam a importância das políticas científicas na melhoria dos ecossistemas e na gestão eficiente dos recursos do solo.