Segundo informações da TASS em 16 de junho, o serviço de imprensa do Instituto Nacional de Pesquisa em Tecnologia do Petróleo e da Indústria Química da Rússia (Skoltech, integrante do grupo VEB.RF) divulgou que pesquisadores russos desenvolveram e testaram pela primeira vez uma tecnologia capaz de converter a matéria orgânica sólida do xisto betuminoso (querogênio) diretamente no depósito em petróleo, além de extrair de forma eficiente esses hidrocarbonetos da formação rochosa.
Elena Mukhina, pesquisadora-chefe do Centro de Ciência e Tecnologia de Extração de Hidrocarbonetos do Instituto de Ciência e Tecnologia de Skólkovo, explicou: “Inventamos e testamos um método que permite converter querogênio em petróleo diretamente no local e liberá-lo da formação geológica. Para isso, é necessário bombear água quente em estado supercrítico, sob pressão, para dentro da rocha. Em nossos experimentos, praticamente todo o querogênio foi convertido em petróleo líquido e quase totalmente extraído da rocha.”
Mukhina e seus colegas destacam que a Rússia e muitos outros países possuem vastas reservas de xisto betuminoso, um tipo de rocha rica em hidrocarbonetos. A extração de petróleo desse tipo de rocha é desafiadora, tanto pela baixa porosidade quanto pelo fato de que a maior parte dos hidrocarbonetos nas camadas de xisto encontra-se na forma de querogênio — uma substância orgânica sólida que leva milhões de anos para se transformar em petróleo líquido.
Os cientistas russos desenvolveram um método pelo qual a injeção de água em condições de altíssima pressão (cerca de 200 a 300 atmosferas, com temperatura mínima de 350 °C) nas camadas de xisto acelera significativamente a transformação do querogênio. Experimentos conduzidos em laboratório, utilizando camadas de xisto, mostraram que o bombeamento desse fluido supercrítico para dentro da rocha oleífera permite converter o querogênio em petróleo em poucas horas.
Mukhina e seus colegas explicam que, ao perfurar duas fileiras paralelas de poços na horizontal — um para injetar água quente pressurizada e outro para extrair o petróleo — é possível obter praticamente todo o petróleo da formação. Além disso, a mesma água pode ser reutilizada no processamento do xisto, aumentando a eficiência da extração de hidrocarbonetos em comparação aos métodos tradicionais.
Os pesquisadores afirmam que o método proposto já recebeu aprovação das empresas parceiras do instituto. Eles esperam que, com o apoio de uma das empresas líderes do setor, seja possível realizar testes de campo em um campo petrolífero real num futuro próximo, criando assim as condições para a aplicação prática da tecnologia na indústria do petróleo.
















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