Uma equipe do Centro de Astrofísica de Harvard analisou as trajetórias de estrelas hipervelozes para explorar o caminho percorrido pela Grande Nuvem de Magalhães ao longo dos últimos bilhões de anos. Este estudo sobre estrelas hipervelozes utilizou dados de observação do satélite Gaia, da Agência Espacial Europeia, oferecendo uma nova perspectiva para compreender o movimento das galáxias.
No artigo publicado no servidor de pré-impressão arXiv, a equipe destacou a análise de dois novos candidatos a estrelas hipervelozes: HVS 7 e HVS 15. As trajetórias dessas estrelas sugerem que elas não se originaram na Via Láctea, mas provavelmente na Grande Nuvem de Magalhães. Quando um sistema binário se aproxima demais de um buraco negro supermassivo, uma das estrelas pode ser expelida a uma velocidade superior a 1.000 km/s, formando esse tipo de estrela hiperveloz.
Ao construir um modelo que inclui matéria escura e efeitos de atrito dinâmico, o estudo reduziu em 50% a faixa estimada da trajetória da Grande Nuvem de Magalhães ao longo dos últimos milhões de anos. Essa pesquisa também fornece evidências indiretas da possível existência de um buraco negro supermassivo no centro da Grande Nuvem de Magalhães e calcula coordenadas prováveis para sua localização.
Os autores do artigo apontam que o uso de apenas três estrelas hipervelozes ainda apresenta limitações e que são necessárias mais observações para aperfeiçoar o modelo. Avançar no estudo das trajetórias dessas estrelas ajudará a compreender com maior precisão os mecanismos de interação entre a Grande Nuvem de Magalhães e a Via Láctea, bem como o impacto da matéria escura no movimento das galáxias.














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