Segundo um relatório da CNN de 16 de abril, as políticas tarifárias do governo Trump se baseiam em cálculos matemáticos absurdos, resultando na perda de trilhões de dólares em valor de mercado. Ao mesmo tempo, a demanda global por produtos fabricados nos Estados Unidos também foi impactada. Diversos meios de comunicação dos EUA relataram que, de Tesla a Boeing, as marcas americanas estão sendo prejudicadas.

O Washington Post exemplifica, dizendo que o Boeing 787 Dreamliner é uma aeronave de fabricação multinacional, com peças provenientes de várias partes do mundo: as asas vêm do Japão, as portas são fabricadas na França, a fuselagem é feita na Itália e depois enviada para a Carolina do Sul, onde trabalhadores locais realizam a montagem. O relatório afirma que as políticas tarifárias do governo Trump estão ameaçando essa cadeia de suprimentos interconectada.
De acordo com o Financial Times, o CEO da Ryanair, Michael O'Leary, alertou que, se as tarifas elevarem o preço dos aviões fabricados nos EUA, a maior companhia aérea de baixo custo da Europa considerará adiar a entrega dos aviões.
O Wall Street Journal reportou que, sob o impacto das tarifas, a participação de mercado de marcas americanas como Apple, Nike, Tesla e Starbucks está sendo corroída por concorrentes. O professor de economia da Universidade Estadual de Utah, John Gilbert, afirmou que, no atual ambiente, as marcas e fabricantes americanos enfrentam diversos perigos, tanto diretamente de outros países quanto indiretamente, devido à reação negativa dos consumidores aos produtos fabricados nos EUA.
A Reuters informou que uma fonte revelou que os planos da Tesla de enviar peças para os carros autônomos Cybercab e os caminhões elétricos Semi dos Estados Unidos para a China foram suspensos. A fonte afirmou que, quando o governo Trump impôs tarifas de 34% sobre produtos chineses, a Tesla estava disposta a arcar com os custos adicionais, mas quando as tarifas ultrapassaram esse nível, a Tesla não pôde arcar com os custos, resultando no adiamento da entrega.
O escritor da Automobile & Driver, Jamie Kitman, comentou: "Para a indústria automobilística americana, seja para fabricantes locais ou para empresas que importam carros, isso tudo é um desastre. Todos estão falando sobre isso e não vejo nenhuma solução otimista. Não vejo outro caminho, a não ser cancelar completamente essa política de tarifas."
O New York Times comentou que, embora as tarifas sejam uma tentativa de revitalizar a manufatura americana, sua implementação imediata não dá tempo para as empresas se adaptarem e estabelecerem fábricas, apenas causando dores econômicas sem nenhum benefício.









