A dinâmica da indústria de frango no Brasil tem atraído grande atenção, e sua trajetória em 2025 e nos próximos anos apresenta vários sinais positivos, embora também enfrente alguns desafios.
A indústria brasileira de frango encara 2025 com otimismo. Antes do surto de influenza aviária de alta patogenicidade, o setor mantinha equilíbrio entre oferta e demanda e boas perspectivas de lucratividade. Contudo, após o embargo às exportações de frango brasileiro, a situação mudou rapidamente. Esta semana trouxe boas notícias: a União Europeia anunciou que o Brasil está livre da influenza aviária altamente patogênica e retomou as compras de produtos avícolas brasileiros. Entre os principais destinos das exportações brasileiras de frango, apenas a China ainda não retomou as importações, mas, com a possibilidade de normalização até o final de 2025, o cenário para o crescimento das exportações torna-se cada vez mais promissor, sustentando os preços internos de frango vivo e abatido em patamares elevados.
No mercado interno, a pandemia levou à queda nos preços do frango vivo e abatido em várias regiões. No entanto, a colocação de matrizes não foi significativamente reduzida, e a produção deve superar 7,3 bilhões de aves até o final de 2025. Vale destacar que a carne de frango tem aumentado sua competitividade em relação a outras proteínas, especialmente a carne bovina, o que ameniza parte da pressão sobre o setor. Diante do baixo poder de compra da população, o frango, os ovos e os processados de aves, por serem mais acessíveis, continuam sendo a principal escolha de famílias com renda entre um e dois salários mínimos. Com a recuperação da demanda interna, os preços do frango tendem a se fortalecer.
Os custos com nutrição animal também representam um fator positivo. Análises preliminares indicam que o fornecimento de insumos nesta safra é suficiente, mantendo os custos sob controle. O abastecimento doméstico de milho e farelo de soja está adequado, contribuindo para uma estrutura de custos mais enxuta. Para 2026, espera-se que as exportações brasileiras de frango e seus derivados retomem todo o potencial, enquanto a redução na oferta de carne bovina deve impulsionar ainda mais o mercado interno. Além disso, eleições e a Copa do Mundo podem estimular o consumo de proteína animal no país, melhorando as perspectivas para 2026.
Entretanto, permanece a incerteza sobre a sustentabilidade do controle de custos. Isso dependerá em grande medida da produção de grãos no Brasil. Em um cenário de custos elevados de crédito e alto endividamento dos produtores rurais, o uso de tecnologia no campo pode diminuir, o que impactaria a produtividade média das lavouras no futuro e traria riscos adicionais ao desenvolvimento do setor.









