A Rio Tinto anunciou no seu recente Dia de Mercados de Capitais que ajustará o seu plano de crescimento no setor do lítio, concentrando os futuros investimentos em projetos já iniciados. O grupo mineiro afirmou que qualquer expansão adicional dependerá das condições específicas do mercado e do retorno do investimento.
O CEO Simon Trott deixou claro que a Rio Tinto avançará com a sua atual carteira de projetos de desenvolvimento de lítio, incluindo o projeto do salar de Rincon na Argentina e uma mina de espodumênio no Canadá. Espera-se que a capacidade de produção de lítio da empresa atinja aproximadamente 200.000 toneladas por ano até 2028. Este número representa um ajuste em relação à previsão anterior da empresa de 225.000 toneladas por ano.
Apesar de manter confiança nas perspetivas de longo prazo da procura por lítio, especialmente no setor de armazenamento de energia para redes elétricas, a Rio Tinto enfatizou que a disciplina de capital será central nas futuras decisões. A prioridade atual da empresa é avançar com os principais projetos em construção, como a expansão subterrânea da mina de cobre e ouro Oyu Tolgoi e o desenvolvimento da mina de ferro Simandou. Espera-se que as despesas de capital totais do grupo caiam para abaixo de 10 mil milhões de dólares por ano a partir de 2028. Anteriormente, a Rio Tinto já tinha suspenso os investimentos no projeto de lítio Jadar na Sérvia, colocando-o em modo de manutenção.
Sobre o próximo investimento em minas de lítio, o diretor de Energia, Jérôme Pécresse, indicou na sessão de perguntas e respostas que a Rio Tinto está a estudar qual será o próximo alvo de desenvolvimento entre a mina Wabouchi e a mina Galaxy, ambas no Canadá. Ele afirmou: "Acho que minerar uma mina é uma decisão de capital razoável, minerar uma em vez de duas, mas ainda é cedo para dizer qual." Até que a avaliação seja concluída, o investimento de capital será limitado, e ambos os projetos estão atualmente a ser mantidos com custos mínimos.
Trott enfatizou aos investidores que novos investimentos em minas de lítio só serão considerados quando os fundamentos do mercado o suportarem e os projetos cumprirem os padrões de retorno da Rio Tinto. A empresa reserva anualmente cerca de 3 mil milhões de dólares para o crescimento geral do negócio, mas não irá alocar fundos a projetos que não criem valor suficiente. Ele reiterou que manter um balanço patrimonial sólido é a principal prioridade, e o caixa gerado pela otimização das operações será principalmente utilizado para retribuir os acionistas.









