Uma pesquisa da Universidade de Bristol trouxe um novo avanço para o campo da robótica macia. O estudo, apresentado na 8ª Conferência Internacional IEEE sobre Robótica Macia (RoboSoft 2025), revelou que um ingrediente comum dos rolinhos vietnamitas — o papel de arroz — possui propriedades semelhantes às dos silicones mais amplamente utilizados na fabricação de robôs macios. Além disso, o material é biodegradável e não tóxico, sendo adequado para o design de protótipos, popularização e aplicações descartáveis em robótica macia.
A autora principal, Christine Braganza, da Faculdade de Ciências e Engenharia da Universidade de Bristol, destacou que a tecnologia de robôs macios tem se desenvolvido rapidamente, utilizando geralmente materiais flexíveis como elastômeros de silicone para produzir robôs mais adaptáveis e versáteis. No entanto, o silicone gera resíduos de longa duração e não é ambientalmente sustentável.
Buscando alternativas ecológicas, os pesquisadores realizaram uma série de experimentos comparando o papel de arroz — produzido de forma sustentável a partir do arroz (Oryza sativa L.) e da raiz de mandioca (Manihot esculenta) — com o silicone. Eles mediram a resistência e a flexibilidade do papel de arroz, além de testar sua capacidade de se decompor com segurança sem causar danos ambientais. Os resultados mostraram que o papel de arroz apresenta propriedades mecânicas semelhantes às do silicone utilizado em robótica macia, com a vantagem adicional de se decompor rapidamente sem necessidade de alta temperatura ou umidade.
Essa descoberta é altamente significativa: além de potencial em aplicações culinárias e agrícolas, ela estabelece um novo paradigma sustentável para o design de protótipos de robôs macios e amplia o engajamento público com essa tecnologia.
Atualmente, a equipe trabalha na criação de robôs macios compostos inteiramente de materiais biodegradáveis, projetados para semear em áreas de difícil acesso. A próxima etapa envolve o desenvolvimento de sistemas de combustível compostáveis e mecanismos de controle biodegradáveis, com o objetivo de levar os robôs do laboratório ao ambiente natural.
Braganza concluiu que o estudo abre a possibilidade de qualquer pessoa experimentar, criar e inovar em robótica macia de forma sustentável em casa, além de fornecer aos pesquisadores novas abordagens de design de protótipos, com grande potencial em aplicações agrícolas e de reflorestamento — especialmente na replantação de regiões de difícil acesso.














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