O diretor-geral da Aliança Fotovoltaica da Espanha (UNEF), José Donoso, fez um alerta durante a reunião "A energia de autossuficiência: o presente e o futuro", realizada no Congresso, apontando que o crescimento da energia de autossuficiência na Espanha deve ser duas vezes mais rápido do que o projetado para 2024, a fim de atingir a meta de instalação de 19 gigawatts (GW) até 2030. Atualmente, a Espanha instalou apenas 8 GW de capacidade de geração nos primeiros anos do Plano Nacional Integrado de Energia e Clima (PNIEC), ficando a 11 GW da meta.
Donoso enfatizou que, apesar de alguns progressos na promoção da energia de autossuficiência, a capacidade instalada em 2024 será de apenas 1.180 MW, abaixo dos 1,2 GW registrados em 2021. Ele observou que esse ritmo de crescimento é insuficiente para atingir a ambiciosa meta de 2030 e apelou para que o governo e a indústria adotem medidas mais ousadas. Além disso, Donoso mencionou que mais de 10 milhões de famílias que vivem em apartamentos representam apenas "1% ou 2%" do total de energia consumida, e essas famílias também precisam de acesso a fornecimento de energia, especialmente à energia solar, que é vista como "o cisne verde da economia espanhola".
Para impulsionar o desenvolvimento da energia de autossuficiência, sete diferentes associações e organizações presentes na reunião, incluindo Greenpeace, Fundação Energias Renováveis, Autoridades Municipais da Catalunha e Associação de Entidades Públicas de Energia (AMEP), Holaluz, UNEF, Ecooo e Som Energia, decidiram implementar novas medidas para simplificar a gestão administrativa e reduzir a burocracia. A presidente da Holaluz, Carlota Pi, ressaltou a importância da abordagem energética, considerando-a "um fator adicional de competitividade industrial".
Na mesa-redonda realizada após o evento, a representante do Partido Socialista, Isabel María Pérez, destacou que o autoconsumo coletivo é um desafio para o governo, pois é um modelo de colaboração muito importante. No entanto, o membro do Partido Popular, Juan Diego Requena, defendeu que é necessário reduzir a burocracia no processo de implementação, mas também enfatizou o "pragmatismo energético", argumentando que o uso da energia nuclear deve continuar para evitar bolhas e preços altos de energia.
Diante dos desafios e oportunidades para o desenvolvimento da energia de autossuficiência, a Aliança Fotovoltaica da Espanha e as organizações presentes apelaram para que o governo, a indústria e a sociedade unam forças para acelerar o crescimento do consumo de energia própria e avançar em direção a um futuro energético mais sustentável e verde para a Espanha.









