Durante o Mobile World Congress (MWC) em Barcelona, Scott Lawrence, vice-presidente sênior e diretor de produtos da Verizon Business, destacou que a inteligência artificial (IA) está impulsionando uma demanda exponencial por largura de banda e novas configurações de rede para empresas. Embora chipsets, data centers e energia sejam frequentemente debatidos quando se trata de recursos para IA, o papel essencial das redes na distribuição em larga escala das cargas de trabalho de IA tem sido subestimado.
Lawrence enfatizou que a construção de grandes modelos de linguagem (LLMs) requer um acesso centralizado a dados, o que depende de fibras ópticas apagadas, serviços de multiplexação por divisão de comprimento de onda (WDM) e alta largura de banda. À medida que a inferência de IA se torna mais comum, os ambientes computacionais estão migrando de infraestruturas centralizadas para distribuídas, fazendo com que o tráfego flua entre dispositivos, borda, núcleo e nuvem. Essa mudança na topologia da rede, impulsionada pela IA, é o tema central do mais recente relatório da Verizon, "Redefinindo a Conectividade para Empresas Impulsionadas por IA: A Evolução Inesperada do SD-WAN".
A Estratégia AI Connect da Verizon
Para atender às novas demandas da rede, a Verizon lançou, em janeiro, sua estratégia e serviços AI Connect. Essa iniciativa se baseia em ativos essenciais da Verizon nos Estados Unidos, incluindo computação de borda, fibras ópticas apagadas e serviços ópticos de alta capacidade. A empresa planeja lançar um serviço WDM de 400 Gb ainda este ano, com previsão de expansão para 800 Gb em breve. Além disso, em novembro, a Verizon testou um serviço de 1,6 Tb, demonstrando seu compromisso com a evolução da infraestrutura de rede para IA.
Lawrence também revelou que a Verizon está expandindo sua atuação no mercado de GPU as a Service (GPUaaS), colaborando com plataformas como a Vultr para oferecer espaço em data centers, energia, resfriamento e conectividade óptica para redes de alto desempenho.
Demanda Empresarial
Daniel Lawson, vice-presidente sênior de soluções globais da Verizon Business, explicou que as empresas estão adotando uma abordagem cautelosa para investimentos em IA, evitando modismos e buscando soluções que realmente aprimorem suas operações, melhorem a experiência do cliente e aumentem sua competitividade. Um exemplo prático é o de um grande varejista que instalou GPUs em suas lojas para monitoramento de perdas e sistemas de checkout automatizados sem contato.
Lawson destacou que os primeiros setores a adotar IA em larga escala incluem manufatura, logística, cadeia de suprimentos e saúde, indústrias que geram grandes volumes de dados valiosos na borda da rede. Para essas empresas, a nova arquitetura de rede é essencial para trazer os modelos de IA até os dados, em vez de mover grandes volumes de dados até os modelos.
A Visão da Verizon Sobre a IA
A Verizon enxerga a IA sob duas perspectivas principais:
Aplicação de IA: Melhorando a experiência de clientes e funcionários e aumentando a eficiência operacional. Um exemplo disso é a implementação da solução Fast Pass nos call centers da Verizon, que reduziu significativamente o tempo de atendimento e aumentou a satisfação dos clientes.
IA Embutida: Integrando IA para operações (AIOps) e inteligência artificial generativa em produtos e serviços novos e existentes. A Verizon planeja lançar, ainda neste mês, o Verizon Digital Assistant para pequenas e médias empresas, incorporando IA conversacional em comunicações via SMS.









