A Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia (NTNU) e o instituto de pesquisa SINTEF estão colaborando no desenvolvimento de novos materiais de tamponamento de poços à base de ligas de bismuto, com o objetivo de aumentar a segurança a longo prazo nas operações de desativação de campos de petróleo e gás offshore. A pesquisa sobre esta tecnologia de tamponamento busca solucionar desafios técnicos enfrentados pelos materiais cimentícios tradicionais em ambientes de alta pressão e alta temperatura, como retração, corrosão e perda de vedação.

A equipe de pesquisa realizou testes laboratoriais comparando o desempenho de ligas de bismuto-estanho com o de tampões de cimento. O pesquisador doutorando da NTNU, Laiva Hemad, afirmou: “Os tampões de liga de bismuto possuem maior resistência à compressão e menor permeabilidade a gases, o que significa melhor capacidade de vedação.” Os dados experimentais mostram que a expansão volumétrica do bismuto durante a solidificação evita a formação de microvazios, enquanto sua resistência à corrosão o torna adequado para ambientes submarinos.

Essa inovação na tecnologia de tamponamento de poços apresenta um potencial econômico significativo. Hemad destacou: “A redução do tempo de instalação pode diminuir o tempo total de perfuração, reduzindo assim os custos. Outro benefício dos tampões de bismuto é que eles podem ser instalados sem o uso de uma plataforma de perfuração, o que reduz substancialmente os custos, já que o aluguel dessas plataformas representa a maior parte das despesas nas operações offshore.” Atualmente, o orçamento estimado para o tamponamento de mais de 2.000 poços na plataforma continental norueguesa ultrapassa 73 bilhões de dólares.

Com o avanço global do processo de desativação de campos de petróleo e gás, cresce a demanda por novas tecnologias de tamponamento de poços. Desde 2015, a Associação Norueguesa de Petróleo e Gás tem priorizado o aprimoramento contínuo dessas tecnologias. A pesquisa sobre o uso de ligas de bismuto oferece um novo caminho técnico para o setor, que agora precisará expandir os testes a fim de validar a adaptabilidade do material a diferentes condições de poço.