Tecnologia de interface cérebro-máquina permite paciente com afasia
2025-04-01 15:46
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  Cientistas da Universidade da Califórnia alcançaram um avanço significativo no campo das interfaces cérebro-máquina, desenvolvendo um dispositivo capaz de converter pensamentos linguísticos em fala articulada em tempo real.

  Este trabalho inovador resolve um problema crítico: a latência. Esse atraso tem historicamente limitado a capacidade das tecnologias existentes de fornecer comunicação eficaz para pessoas com dificuldades de fala.

  Embora ainda em fase experimental, os cientistas esperam que esta tecnologia possa um dia ajudar pessoas incapazes de falar a recuperar sua voz.

  O estudo documentou testes com uma mulher de 47 anos com tetraplegia, que permaneceu sem falar por 18 anos após um AVC. Médicos implantaram cirurgicamente o dispositivo em seu cérebro como parte de um ensaio clínico.

  "O implante converteu sua intenção de falar em frases fluidas", explicou o coautor Gopala Anumanchipalli. A pesquisa foi publicada na segunda-feira na revista Nature Neuroscience.

  Outras BCI linguísticas normalmente apresentam pequenos atrasos entre o pensamento e a expressão vocal computadorizada. Os pesquisadores observam que essa latência pode prejudicar a fluidez natural da conversação, causando mal-entendidos e frustrações. A nova tecnologia, porém, permite síntese vocal mais contínua e coerente, aproximando-se do diálogo natural.

  Jonathan Brumberg, do Laboratório de Fala e Neurociência Aplicada da Universidade do Kansas, classificou isto como um grande salto no campo.

  A equipe californiana registrou atividade cerebral da paciente através de eletrodos enquanto ela articulava frases mentalmente. Os cientistas criaram um sintetizador usando gravações de sua voz pré-lesão, e treinaram um modelo de IA para traduzir atividade neural em unidades fonéticas.

  Anumanchipalli comparou o dispositivo a sistemas de transcrição em tempo real, porém mais avançado por extrair informações diretamente de sinais cerebrais, restaurando comunicação para quem perdeu a fala.

  O implante, posicionado nos centros de linguagem do cérebro, capta sinais que são traduzidos em segmentos linguísticos formando frases.

  O pesquisador descreveu um "processamento em fluxo contínuo", onde segmentos de 80 milissegundos são enviados para síntese vocal, melhorando drasticamente a fluidez. "Não espera a frase ser concluída - processa em tempo real durante a fala."

  Adverte, porém, que mais pesquisas são necessárias antes da aplicação ampla, mas com "investimento contínuo", a tecnologia poderá estar disponível em escala dentro de uma década.

  Brumberg destacou que decodificação tão rápida pode acompanhar o ritmo acelerado da linguagem natural, e que o uso de amostras vocais representa um avanço crucial para naturalidade.

  O neurocirurgião Edward Chang, co-investigador principal, enfatizou o potencial transformador da tecnologia na qualidade de vida de pacientes com afasia. Mostrou-se entusiasmado com os avanços em IA que estão tornando aplicações práticas uma realidade.

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